Travessia das Tien Shan

Com Ruben Antunes 01 a 16 ago 2026

Em plena Ásia Central, na fronteira entre o Quirguistão e a China, erguem-se as montanhas Tien Shan. Nesta paisagem, onde o tempo parece ter parado, famílias nómadas vivem há gerações entre florestas de coníferas, prados alpinos e lagos de altitude. Seguimos uma rota que nos leva dos vales às grandes altitudes, numa travessia onde a imensidão das montanhas se revela diante de nós.

Acompanhados por uma equipa local, de carregadores e cozinheiro, seguimos trilhos que nos levam por entre florestas de coníferas e lagos alpinos. Cruzamos colos de montanha, a quase quatro mil metros de altitude, que ligam vales onde pastores quirguizes preservam a tradição milenar da vida nómada. Quando o dia termina, o acampamento ergue-se sob um céu imenso coberto de estrelas, e o silêncio das Tien Shan envolve-nos por completo. A cada passo, esta travessia aproxima-nos do essencial e da simplicidade da vida na montanha.

  • Impacto cultural
    Encontras costumes muito diferentes aos que estás habituado, no contacto com os nómadas que habitam a região e em alguns momentos de visita às cidades.
  • Esforço físico
    Caminhamos cerca de sete horas por dia, durante 10 dias consecutivos, carregando uma mochila com cerca de 6 kg. O trekking realiza-se entre os 2000 e os 4000 metros de altitude atravessando zonas de inclinação e exposição significativas.
  • Nível de conforto
    Durante o trekking, passamos dez noites em acampamento, em tendas de montanha para duas pessoas, sem acesso a banho. As refeições realizam-se numa tenda grande comum. O alojamento em Bishkek e Karakol é confortável.

01 a 16 ago 2026

2150 €16 Dias
Voo não incluído.  Valor indicativo: 800€

Número de viajantes

2150€ por viajante

Percurso

Dia 1Chegada a Bishkek

Bem-vindo ao Quirguistão, o país das montanhas. À chegada ao aeroporto de Manas, serás recebido pelo guia da Nomad e levado ao alojamento, no centro de Bishkek. A viagem até à cidade revela desde logo a escala do território: mais de 80% do país é montanhoso, e a capital está rodeada por cordilheiras. É o ponto de partida ideal para uma grande travessia nas Tien Shan.

Alimentação: -
Dormida: Hotel

Dia 2Rumo a Karakol, entre o lago e as montanhas

De manhã cedo, partimos numa carrinha privada rumo a Karakol. A estrada contorna o imenso lago Issyk Kul, com as montanhas nevadas das Tien Shan a desenharem o horizonte. Ao longo do caminho, o olhar perde-se na vastidão do lago, de um azul profundo que muda de tom com a luz do dia.

Issyk Kul significa “lago quente” e é um dos maiores lagos do mundo e o coração geográfico e emocional do Quirguistão. Apesar da altitude, as suas águas nunca gelam. Alimentado por dezenas de rios e sem saída para o mar, o lago é salgado e cintila sob o sol, parecendo uma miragem entre as montanhas.

Ao final da tarde, chegamos à nossa guesthouse, gerida por uma família russa. Fica numa rua tranquila de Karakol, rodeada por jardins e com vista para as montanhas. O ambiente é sereno e acolhedor, o lugar ideal para descansar antes de iniciarmos a travessia.

Alimentação: Pequeno-almoço
Dormida: Guesthouse

Dia 3Mercados e Mesquitas de Karakol

Dedicamos o dia a explorar Karakol, uma cidade de atmosfera tranquila onde as influências russas e quirguizes se cruzam a cada esquina. Caminhamos pelas ruas largas, ladeadas por casas de madeira e jardins floridos, até chegarmos à catedral ortodoxa, inteiramente construída em madeira e coroada por cúpulas verdes e douradas. Um pouco mais adiante, visitamos uma das mesquitas mais antigas da cidade, de estilo chinês, erguida sem recurso a pregos.

De tarde, mergulhamos na vida quotidiana no bazar local, um labirinto de aromas e cores onde se vende de tudo: especiarias, frutas secas, pão fresco e o típico chá de leite salgado. É também o momento ideal para comprar alguns snacks para os próximos dias de trekking.

De regresso à guesthouse, revemos o equipamento e fechamos os preparativos. O dia termina com um jantar caseiro preparado pela Svetlana e pela sua família, uma refeição simples e reconfortante que marca o arranque da aventura.

Alimentação: Pequeno-almoço
Dormida: Guesthouse

Dia 4Camião militar até às montanhas

De manhã, deixamos Karakol e seguimos num antigo camião militar que nos leva até ao início do trilho. A pista sobe lentamente entre bosques e prados, envolvendo-nos por uma paisagem cada vez mais selvagem.

Quando o camião já não consegue avançar, chegamos ao nosso ponto de partida. Os carregadores fazem os últimos preparativos e nós ajustamos as mochilas, prontos para dar os primeiros passos da travessia. Nesta travessia, a nossa equipa de carregadores transporta o grosso do equipamento, permitindo-nos caminhar apenas com uma pequena mochila para o dia.

Iniciamos o trekking subindo suavemente pelo vale, ladeado por florestas densas de coníferas e atravessado por pequenos ribeiros de águas geladas.
Ao final da tarde, chegamos ao acampamento, já montado pela equipa local. As tendas de duas pessoas estão alinhadas junto ao rio e, ao centro, ergue-se a tenda messe, com bancos e mesa, que é montada e desmontada diariamente pela equipa. O cozinheiro prepara o jantar num pequeno fogareiro e o aroma da comida espalha-se pelo vale. Entre o vapor das panelas e o crepitar do fogo, partilhamos o primeiro serão na montanha, envoltos pelo silêncio e pela luz suave do entardecer.

Distância: 5 km (3 horas)
Desnível: 300 m positivo; 140 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 5Trekking – Rumo ao Colo do Zimbro

Acordamos com o som do rio e o cheiro suave da cozinha na tenda messe. O pequeno-almoço é simples, mas reconfortante, e dá início a um dos dias mais desafiantes da travessia. Começamos com a travessia do rio, feita numa tirolesa improvisada. Do outro lado, o trilho sobe entre prados e rochas, e a floresta começa a rarear à medida que ganhamos altitude.

A paisagem muda a cada curva: as árvores dão lugar a ervas baixas e as encostas tornam-se mais áridas. Ao longo da subida, olhamos para trás e vemos o vale que deixámos lá em baixo, agora reduzido a uma mancha verde. À nossa frente, as montanhas estendem-se em todas as direções, com os cumes cobertos de branco. No final da tarde, chegamos ao acampamento, situado na base do colo de Archa Tor, a cerca de 3800 metros de altitude. O local é amplo e silencioso, rodeado por um anfiteatro de montanhas.
Enquanto o cozinheiro prepara o jantar, o sol desaparece lentamente por detrás dos picos e a temperatura desce rapidamente. O céu ganha tons de violeta e, quando a noite chega, as estrelas parecem mais próximas do que nunca.

Distância: 7 km (5 horas)
Desnível: 800 m positivo; 40 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 6Trekking – De volta ao vale alpino

O dia começa cedo. O ar é frio e rarefeito, e o sol ainda demora a atingir o acampamento. Depois de um pequeno-almoço quente, iniciamos a subida final até ao colo de Archa Tor. O ritmo é lento, os passos são curtos, e a respiração acompanha o esforço.

Quando finalmente alcançamos o topo, a 3900 metros de altitude, o horizonte abre-se em todas as direções. Diante de nós, uma sucessão de cumes brancos prolonga-se até onde o olhar alcança.
Ficamos alguns minutos em silêncio, a contemplar a vastidão à nossa frente.

Depois começamos a longa descida pelo vale. A cada passo, a paisagem muda: a rocha dá lugar a erva, a erva dá lugar à floresta. O ar volta a ser mais quente e o som da água acompanha-nos ao longo do percurso. Nos prados do vale, encontramos rebanhos e cavalos a pastar, e as primeiras yurts das famílias nómadas que aqui passam o verão. As crianças observam-nos à distância e acenam, curiosas, enquanto os pastores seguem o ritmo tranquilo das montanhas.
Ao final do dia, atravessamos o rio e chegamos ao acampamento, instalado na base do vale. As montanhas elevam-se em redor, e a luz do entardecer pinta as encostas de tons dourados.

Distância: 13,5 km (8 horas)
Desnível: 450 m positivo; 1300 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 7Dia de pausa - Caminhada no sopé dos gigantes

Hoje não há pressa. Permanecemos no mesmo acampamento, com tempo para descansar, lavar alguma roupa ou simplesmente desfrutar do silêncio da montanha.

Quem quiser pode juntar-se a uma caminhada opcional pelas encostas do vale. O trilho sobe suavemente por entre prados salpicados de flores silvestres e pequenos regatos. À medida que ganhamos altitude, o vale abre-se num anfiteatro de montanhas, com os cumes nevados a destacarem-se contra o céu. Lá em cima, o vento é fresco e o ar traz um perfume leve a resina e terra húmida.

A paisagem revela-se em camadas: o verde dos prados, o branco das montanhas e o azul imenso do céu.

Quando o sol começa a descer, o vale mergulha numa luz dourada e serena. Jantamos juntos, enquanto o frio da noite regressa e o fogo volta a ser o centro do grupo.

Distância: 12 km (6 horas)
Desnível: 250 m positivo; 250 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 8Trekking – Pelos pastos dos nómadas

Após o pequeno-almoço, desmontamos o acampamento e retomamos o caminho, deixando o vale para trás e seguindo em direção a leste.
A rota começa com uma descida suave entre prados verdejantes e ribeiros que serpenteiam pelo vale.
À medida que avançamos, encontramos famílias nómadas que sobem com os seus rebanhos para os jailoos, os pastos de altitude onde passam o verão. Muitas vezes, o trilho cruza pequenos acampamentos, e é fácil ser surpreendido por um convite para um chá ou para provar o kumiz, o leite de égua fermentado típico da Ásia Central. Voltamos a subir lentamente.
O trilho contorna encostas cobertas por ervas altas e pequenas flores alpinas. A floresta vai ficando para trás e a paisagem abre-se num cenário amplo de montanha. Cada curva revela uma nova perspetiva sobre o vale, e o silêncio é apenas interrompido pelo som dos passos e do vento. 

Ao final do dia, chegamos à base do colo de Telety, a cerca de 3800 metros de altitude. O acampamento ergue-se num prado rodeado de picos, um dos locais mais belos desta travessia. O sol desaparece lentamente por detrás das montanhas, e o frio da noite instala-se enquanto o jantar é preparado. À volta da mesa, o ambiente é sereno e de cumplicidade, marcado pela satisfação de mais um dia nas Tien Shan.

Distância: 14,5 km (8 horas)
Desnível: 850 m positivo; 100 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 9Trekking - Da alta montanha ao vale de Karakol

O dia nasce frio e silencioso. Começamos a subida final ao colo de Telety, passo a passo, enquanto o trilho se desenrola em ziguezagues curtos pela encosta. A respiração dita o ritmo e o som das pedras soltas sob as botas é o único ruído da montanha.

À medida que ganhamos altitude, o vale que deixamos para trás encolhe à distância, e à frente abre-se um mar de montanhas que se estende até ao horizonte. No topo, a cerca de 3800 metros, o vento sopra com força e o silêncio é absoluto. Paramos por instantes para contemplar a vastidão à nossa volta e sentir a força deste lugar remoto.

Iniciamos depois a descida, passando por pequenos lagos de degelo e prados de ervas curtas. A vegetação torna-se mais densa a cada passo e, ao longe, voltamos a ver a linha verde das florestas. O som da água e o cheiro a pinho anunciam o regresso ao vale.

Chegamos ao acampamento já perto do final da tarde, instalado junto ao rio Karakol. As tendas espalham-se sob as árvores e o ambiente é sereno. Ficamos duas noites neste local, um dos mais tranquilos da travessia.

Distância: 10 km (8 horas)
Desnível: 300 m positivo; 1150 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 10Dia de pausa – Entre florestas e glaciares de Karakol

O dia começa com a luz suave da manhã a atravessar as copas das árvores. Hoje deixamos o acampamento montado e cada um escolhe o seu ritmo. Alguns seguem para a caminhada, enquanto outros ficam junto ao rio, a ler, a escrever ou simplesmente a deixar-se embalar pelo silêncio da montanha.

Para quem decide caminhar, seguimos o curso do rio Karakol, que corre límpido entre pedras e troncos caídos. O trilho sobe gradualmente por entre uma floresta de pinheiro siberiano. O chão está coberto de agulhas secas e o ar é fresco e perfumado.

À medida que a floresta se abre, a paisagem transforma-se: à nossa frente, ergue-se o Pico Karakol, com as suas paredes íngremes e cobertas de neve. A base da montanha é dominada pelo glaciar Ujuntor, uma língua de gelo que desce lentamente pelo vale. Parámos para contemplar o cenário. O silêncio é total, apenas interrompido pelo estalar do gelo e pelo som distante da água que corre sob a superfície. É um dos lugares mais impressionantes da travessia, uma combinação rara de força e serenidade.

Depois de algum tempo a explorar os arredores, regressamos ao acampamento pelo mesmo trilho. O regresso é calmo, e o vale parece outro sob a luz do final da tarde. Jantamos junto ao rio, enquanto a noite desce lentamente sobre as montanhas.

Distância: 9 km (5 horas)
Desnível: 400 m positivo; 400 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 11Trekking – Subida ao lago das águas turquesa

Hoje iniciamos uma das etapas mais emblemáticas da travessia. Deixamos o vale de Karakol e seguimos em direção às montanhas. O trilho sobe de imediato, ganhando altitude a cada curva. A floresta fica para trás e o caminho torna-se mais íngreme e pedregoso.

A subida exige calma e persistência. O ar é rarefeito e o vento sopra com mais força, mas o esforço é recompensado quando, já perto do colo Panoramnyy, a 3700 metros de altitude, surge diante de nós o Lago Ala Kul. A cor é quase irreal: um azul-turquesa intenso que contrasta com o cinzento das rochas e o branco dos picos em redor. Paramos em silêncio, a observar o reflexo das montanhas na água e a sentir a grandiosidade do momento.

Descemos depois até à margem do lago, onde montamos o acampamento. À medida que o sol se esconde, as encostas ganham tons de laranja e o espelho de água transforma-se a cada minuto. Jantamos com vista para o lago e, quando a noite chega, o céu cobre-se de estrelas.

Distância: 6,5 km (9 horas)
Desnível: 1300 m positivo; 400 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 12Trekking - Travessia do glaciar Takyr Tor

Acordamos junto ao lago, com a luz da manhã a refletir-se na superfície azul. O ar tem a frescura típica da altitude e o som do vento substitui qualquer palavra. Tomamos o pequeno-almoço observando as montanhas a despertar e, pouco depois, iniciamos a caminhada.

O trilho segue ao longo da margem e começa a subir em direção ao maciço glaciar de Takyr Tor, que alimenta o lago Ala Kul. À medida que ganhamos altitude, o terreno torna-se rochoso e a paisagem mais severa. A meio do percurso, o trilho cruza o glaciar. A travessia é inesquecível. Calçamos os microspikes e avançamos sobre o gelo, sentindo debaixo das botas a superfície irregular e as fendas azuladas que rasgam a massa branca. O som seco das passadas ecoa entre as paredes do vale, misturado com o estalar distante do gelo e o sopro constante do vento.

Continuamos a subir até ao colo de Takyr Tor, o ponto mais alto da travessia, acima dos 4000 metros de altitude. Lá em cima, o panorama é grandioso: de um lado, a vista sobranceira sobre o Lago Ala Kul e o glaciar que o alimenta; do outro, a sucessão de cumes das Tien Shan que se estende em direção à fronteira com a China. Ficamos algum tempo a absorver o momento antes de iniciar a descida, que nos leva a um prado verdejante onde montamos o acampamento. O lugar é tranquilo, com o som distante da água a correr e o céu a ganhar tons de rosa à medida que o sol se esconde.

Distância: 8,5 km (9 horas)
Desnível: 700 m positivo; 630 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 13Trekking - De volta aos pastos de verão

Acordamos tranquilamente para o último dia da travessia. O ar é fresco e o vale ainda repousa em silêncio. Tomamos o pequeno-almoço devagar, enquanto o sol começa a tocar as montanhas e a luz se espalha pelo acampamento.

Começamos a descer pelas encostas de erva curta e solo húmido. O trilho segue o curso de um rio que se vai engrossando à medida que descemos o vale. O som da água acompanha-nos durante todo o caminho, misturando-se com o canto das aves e o murmúrio do vento entre as árvores. A vegetação torna-se mais densa e, pouco a pouco, regressamos à floresta.

Ao longo do percurso, surgem pequenas clareiras com vista para as montanhas que deixamos para trás. Cada curva revela um novo ângulo das Tien Shan, e o sentimento é de gratidão por tudo o que vimos e vivemos nestes dias.

Já perto do final da tarde, o trilho leva-nos até ao vale de Altyn Arashan. As tendas esperam-nos montadas num prado amplo, rodeado de pinheiros e com vista para os cumes nevados. O lugar é calmo e acolhedor, ideal para a última noite na montanha.

Ao cair do sol, reunimo-nos à volta da mesa para o jantar de celebração. Partilhamos histórias, risos e a sensação de conquista que acompanha quem atravessou a montanha a pé. O fogo crepita, o frio instala-se e o silêncio do vale encerra a jornada com a serenidade que só a montanha sabe oferecer.

Distância: 11 km (8 horas)
Desnível: 60 m positivo; 1150 m negativo

Alimentação: Pequeno-almoço, almoço e jantar
Dormida: Acampamento

Dia 14De volta à civilização, em Karakol

A manhã nasce calma no vale. O som do rio acompanha-nos enquanto desmontamos o acampamento pela última vez. Caminhamos cerca de uma hora até encontrar o camião militar que nos trouxe à montanha e que agora nos espera, pronto para o regresso à cidade. Seguimos pelas estradas de terra que descem o vale, atravessando pontes de madeira e pequenas aldeias isoladas. A paisagem, agora familiar, parece diferente sob a luz quente do fim da viagem.

De volta a Karakol, instalamo-nos na nossa guesthouse. A Svetlana e a sua família recebem-nos com a hospitalidade de quem nos revê depois de uma longa ausência. O conforto do quarto e o duche quente trazem uma sensação de reencontro com o quotidiano.

A tarde é livre. Caminhamos pelas ruas tranquilas, sem pressa, ainda a meio caminho entre o ritmo da montanha e o regresso à cidade. À noite, partilhamos um jantar descontraído, com o corpo cansado e o espírito leve, a recordar os dias passados nas Tien Shan.

Alimentação: Pequeno-almoço
Dormida: Guesthouse

Dia 15Lago Issyk Kul e regresso a Bishkek

Despedimo-nos de Karakol e iniciamos a viagem de regresso à capital. A estrada segue novamente junto ao lago Issyk Kul. O azul profundo da água reflete as montanhas que deixámos para trás e o horizonte parece alargar-se a cada quilómetro. Fazemos uma paragem junto à margem para almoçar. Há tempo para um mergulho ou apenas para caminhar pela praia e sentir o contraste entre o calor do sol e a brisa fria vinda das montanhas.

Seguimos depois em direção a Bishkek, atravessando planícies abertas e pequenas vilas rurais. Ao final da tarde chegamos à cidade, onde nos espera o conforto do hotel e um último jantar de grupo. À mesa, o ambiente é leve. Entre risos e memórias, celebramos o percurso feito e a descoberta de um país que nos ficará gravado na memória.

Alimentação: Pequeno-almoço
Dormida: Hotel

Dia 16Bishkek. Voo de Regresso

Acordamos em Bishkek e, depois de tantos dias nas montanhas, o ritmo urbano parece quase estranho. Consoante o horário do voo, seguimos para o aeroporto, despedindo-nos do Quirguistão. Levamos connosco a sensação de superação e o silêncio das montanhas, gravado na memória. A travessia das Tien Shan termina aqui, mas fica a certeza de ter vivido uma das grandes experiências de montanha da Ásia Central.

Alimentação: Pequeno-almoço
Dormida: --

Inclui:

Acompanhamento do guia de trekking Nomad durante toda a viagem
Transfers de aeroporto (dentro das datas do programa)
Alojamento durante todo o programa
Transportes durante todo o programa
15 pequenos-almoços, 10 almoços e 10 jantares
Serviço de carregadores e cozinheiro para o trekking

Equipamento colectivo de acampamento

Exclui:

Voos internacionais
Alimentação não especificada (cerca de 150€)
Gratificações à equipa local (cerca de 60€)
Seguro de viagem e acidentes pessoais
Atividades não especificadas

Perguntas Frequentes

  • Para fazer esta viagem preciso de visto?

    Não. Para viajantes com passaporte português, não é necessário visto para o Quirguistão. Apenas tens de levar o teu passaporte com uma validade mínima de seis meses após a data de fim da viagem.

  • Podem reservar-me noites extra no início e fim da viagem?

    A Nomad não reserva noites extra no início e/ou no fim da viagem mas podes fazê-lo diretamente nos mesmos alojamentos que temos previstos para a viagem. Depois da tua reserva estar confirmada, a nossa equipa de atendimento disponibiliza as informações dos alojamentos, do início e/ou fim da viagem, para que possas realizar as tuas reservas de noite extra de acordo com as tuas preferências. Estarão sempre sujeitas à disponibilidade dos alojamentos no momento em que realizes a reserva.

  • Como são os alojamentos durante a viagem?

    Escolhemos alojamentos bem localizados no centro das cidades e perto dos principais pontos de interesse, de forma a facilitar as deslocações previstas no programa. São alojamentos que respiram a atmosfera das povoações visitadas, caracterizados pelas marcas culturais da região, de forma a acentuar os contrastes que se podem sentir ao longo da viagem.  

    Em Bishkek, ficamos num hotel no centro da cidade, com quartos de duas camas e casas de banho em todos os quartos. Em Karakol, dormimos numa guesthouse de uma acolhedora família russa. Provavelmente, o nosso grupo ocupará todos os quartos, sendo que alguns são de duas camas, outros de três ou quatro, todos com casas de banho privativas. O espaço é muito acolhedor. Ambos os alojamentos dispõem de wi-fi.

    Durante o trekking, dormimos em tendas de montanha de duas pessoas, transportadas pela nossa equipa de carregadores. Nos acampamentos, há ainda uma tenda grande, onde podemos estar juntos durante as refeições ou noutros momentos ao final do dia. Temos uma latrina rudimentar em cada acampamento. Durante o trekking, não há acesso a duche.

  • Como é a alimentação durante a viagem?

    Nas cidades, há restaurantes de vários tipos de cozinha, incluindo ocidental. Para além destes, queremos dar-te a experimentar a cozinha quirguiz e a da Ásia Central, difundida pelos vários países da região. Fazêmo-lo em restaurantes, mas também em bancas de rua e mercados. A carne de vaca e carneiro são muito frequentes, mas as massas, o arroz e os legumes também. Já o peixe não é muito habitual.

    Durante os dias de trekking, a alimentação é fornecida pela Nomad e inclui pequeno-almoço, almoço e jantar. Os pequenos almoços serão à base de caldos ou papas, mas também terás opções como pão, manteiga, compotas, chá, café, etc. Os almoços são ligeiros e poderão variar dependendo dos dias de trekking, dividindo-se em refeições frias ou frescas, confecionadas pelo cozinheiro no momento, ou refeições piquenique que te são entregues na manhã, antes de iniciarmos o trekking. Os jantares são sempre refeições quentes confecionadas pelo cozinheiro, refletindo, quando possível, a cozinha quirguiz e desfrutadas no conforto (relativo) do acampamento. Podes esperar refeições completas com pratos que podem ser de carne, arroz, massas, legumes ou saladas, com as restrições compreensíveis pelo facto de os mantimentos serem transportados por carregadores. Se fores vegetariano ou tiveres alguma restrição alimentar, deves avisar-nos com antecedência. 

    Durante os trekkings, deves levar snacks, como frutos secos ou barras energéticas, para comer entre refeições. Podes comprá-los já no Quirguistão.

  • Como vou gerir o dinheiro durante a viagem?

    A moeda do Quirguistão é o som quirguiz e é a que utilizas para os pagamentos que precises de fazer durante a viagem. Podes trocar dinheiro em casas de câmbio em Bishkek ou levantar em máquinas ATM, mas neste caso as taxas são elevadas. Caso queiras trocar dinheiro, podes trazê-lo em euros e, no dia da chegada, o guia Nomad mostra-te onde o trocar.

    A maior parte da alimentação está incluída no valor da viagem. Só vais precisar de dinheiro para as refeições e pequenas despesas em Bishkek e Karakol, bem como para a compra de snacks para levar para o trekking. Estimamos cerca de 150€ para alimentação não incluída. Durante o trekking, somos acompanhados por uma equipa de carregadores. Na montanha, é tradição gratificar a equipa local no final da viagem. Tendo em conta os padrões locais, sugerimos que reserves cerca de 60€ (opcional).

    Aconselhamos-te a levar um cartão Revolut ou outro do mesmo género. Entre as principais vantagens em termos financeiros contam-se as taxas inexistentes ou reduzidas e o facto de, alegadamente, usar taxas de câmbio mais favoráveis do que os bancos tradicionais. É uma excelente opção para poupares dinheiro em taxas durante a viagem.

    É conveniente levares contigo um fundo de emergência de cerca de 200€ em dinheiro. Pode servir se, por qualquer razão, não conseguires levantar dinheiro logo à chegada ou noutro local durante o percurso. Nesse caso, farás com facilidade a troca para a moeda local num banco ou numa casa de câmbios.

  • Como é o acesso à eletricidade durante a viagem?

    Durante todos os dias do trekking, não há qualquer acesso a internet, eletricidade nem rede de telemóvel. Na eventualidade de uma emergência, é possível abandonar o trekking em vários pontos ao longo do percurso.

    Os alojamentos de Bishkek e Karakol têm wi-fi, bem como a maioria dos cafés e restaurantes. Nas cidades, há uma boa cobertura de rede 3G. Fora das montanhas, há rede de telemóvel praticamente sempre, mesmo fora das cidades.

    As tomadas elétricas são iguais às de Portugal, pelo que não precisas de levar nenhum adaptador. Sugerimos que leves uma ficha tripla, se quiseres carregar vários aparelhos ou baterias na noite antes do início do trekking.

  • Como são os transportes durante a viagem?

    Deslocamo-nos de Bishkek para Karakol ao longo do lago Issyk Kul, numa carrinha privada reservada para o nosso grupo, e o mesmo acontece no regresso a Bishkek. O percurso dura aproximadamente seis horas, em cada sentido. O acesso aos trilhos de montanha faz-se em camiões militares da época soviética. 

    Dentro das cidades de Bishkek e Karakol, andamos maioritariamente a pé, mas poderemos recorrer a táxis ou transportes públicos para conveniência em algumas deslocações.

  • Como é o clima durante a viagem?

    O trekking decorre num ecossistema alpino, na região mais verdejante e por isso mais húmida da cordilheira das Tien Shan. Durante o verão, quando se realiza a viagem, podemos contar com uma meteorologia irregular. Maioritariamente, esperam-se dias de sol, mas é muito habitual chover em alguns dias. Esperam-se temperaturas que podem variar entre 26ºC durante o dia e os 0ºC, nas noites mais frias, em que dormimos acima de 3000 metros de altitude.

    Fora da montanha, nas cidades, domina um clima continental e as temperaturas são significativamente mais elevadas. As máximas podem ser de 35ºC e as mínimas de 15ºC.  

  • Terei problemas com a altitude nesta viagem?

    Nesta viagem estarás sujeito a um aumento da altitude de forma muito progressiva e pensada para garantir uma boa aclimatação, com doseamento de esforço ao início e menores ganhos de altitude. A ideia é subir durante o dia e dormir mais abaixo, na maioria dos dias.

    A aclimatação começa logo no primeiro dia em Bishkek, a cerca de 1000 metros de altitude. A próxima paragem é Karakol, a cerca de 1800 metros de altitude, e onde passamos duas noites. Só no dia seguinte iniciamos o trekking, num dia curto, em que caminhamos poucas horas e com um ganho de altitude pequeno, exatamente para continuarmos uma boa aclimatação. De seguida, o trekking é ondulante, passando por vários vales e atravessando vários colos de montanha, que rondam os 4000 metros. As noites nos vales estão a cerca de 2500 metros de altitude e as noites de maior altitude a cerca de 3700 metros.   

    A adaptação do corpo à altitude depende da reação individual de cada organismo. Se não tiveres problemas de saúde, é pouco provável que venhas a ter problemas com a altitude. No entanto, é possível que sintas algum desconforto pontual, como dores de cabeça, cansaço e enjoos. 

  • Esta viagem é fisicamente exigente?

    Esta viagem é aconselhável a pessoas em boa forma física e habituadas a caminhar em montanha. Terás de estar preparado para um trekking em semi-autonomia, carregando uma mochila com um peso máximo de 6 kg, durante 10 dias consecutivos.

    No geral, os trilhos são tecnicamente acessíveis. Os dias de passagem de colos de montanha (4 dias no total) implicam alguma exigência física e exposição na progressão. Terás de caminhar por trilhos estreitos e que atravessam zonas com uma inclinação significativa.

  • Esta viagem exige cuidados de saúde especiais?

    Para esta viagem, não existe qualquer recomendação quanto a vacinas ou medidas de prevenção de doenças. 

    Caso pretendas realizar uma Consulta de Viajante para uma avaliação médica personalizada, deverás fazê-la um a dois meses antes da viagem. 
    Podes realizar esta consulta através do Serviço Nacional de Saúde (SNS), por telemedicina ou em hospitais/clínicas privadas:

    • Serviço Nacional de Saúde (SNS) disponibiliza a Consulta de Viajante e vacinação em vários pontos do país. Para saberes mais, consulta a lista completa dos centros de saúde aqui (na secção Portugal | Centros de Vacinação Internacional) e informação geral sobre este serviço aqui. A marcação antecipada (mais de dois meses) é particularmente importante se escolheres fazer pelo SNS.
    • orientação médica em telemedicina é uma alternativa eficaz e cómoda. A Nomad recomenda a Consulta do Viajante em Telemedicina, que tem na sua equipa médicos que são também viajantes e que entendem a nossa maneira de ver o mundo e as necessidades inerentes a uma viagem aventura. Por viajares com a Nomad, tens a possibilidade de usufruir de uma redução de 10% no valor da tua consulta.
    • Vários hospitais privados oferecem este serviço aos viajantes. Com uma simples pesquisa online, poderás encontrar o mais próximo da tua área de residência.

    Pessoas com doenças crónicas ou antecedentes de doenças cardiovasculares e/ou respiratórias, deverão sempre consultar o seu médico e informar previamente a Nomad (na Área Pessoal poderás adicionar esta informação). Caso tenhas necessidade de viajar com algum medicamento, nomeadamente medicação crónica ou menos comum, leva contigo uma cópia da prescrição médica. 

  • O grupo viaja em conjunto desde Portugal?

    Não. Nas nossas viagens, o ponto de encontro é sempre no destino. Assim tens a flexibilidade de escolher o horário de voo que mais te agradar.

  • Podem reservar-me os voos internacionais?

    A Nomad não dispõe do serviço de reserva de voos. O voo não está incluído no preço da viagem, para que possas ter a flexibilidade de escolher onde queres comprar o voo e de onde queres partir. 

    Se quiseres comprar os bilhetes de avião através de uma agência, recomendamos que recorras aos nossos parceiros Rotas do Mundo. Nos dias de hoje, a oferta online de ferramentas de pesquisa e marcação de voos internacionais é imensa, por isso poderás também optar por reservar os voos de forma independente. Se for o caso, sugerimos que consultes motores de busca como o Google Flights e a Momondo, que te apresentam várias soluções com diferentes itinerários, a preços competitivos.

    Lembramos que só deves comprar os bilhetes de avião quando a viagem estiver confirmada, ou seja, quando estiver garantido o número mínimo de participantes para a mesma se realizar. Se decidires inscrever-te na viagem, receberás um email assim que isso aconteça, com a indicação de que já podes proceder à reserva dos voos.

  • Se os voos são marcados de forma individual, como é que se faz a reunião do grupo à chegada?

    A marcação dos voos é da responsabilidade dos viajantes. No entanto, vamos pedir-te os detalhes da tua reserva e os horários de chegada. Esta informação será transmitida ao Líder de Viagem, Guia de Trekking ou à nossa equipa local.

    Em viagens onde o ponto de encontro é o aeroporto de chegada e a Nomad assegura os transfers (nas datas do programa), o líder/guia/equipa local vai estar à tua espera no aeroporto para te levar para junto do resto do grupo.

    Em viagens onde o ponto de encontro é o nosso alojamento da primeira noite, vamos fornecer antecipadamente informação sobre como podes efetuar a marcação dos transfers de acordo com os horários dos teus voos. O líder/guia/equipa local irá combinar com o grupo a hora de reunião no primeiro dia.

  • Posso inscrever-me sozinho? Isso acarreta algum custo adicional ao valor da viagem?

    Podes. A maior parte dos nossos viajantes viaja sozinho, sem qualquer alteração ao preço.

Resumo de viagem

Destinos

Quirguistão

Atividades

Trekking

Dormida

Acampamento: 10 noites, Guesthouse: 3 noites, Hotel: 2 noites

Transportes

Camião, Carrinha

Reservas

Min: 8 | Max: 12

Voo não incluído

Valor indicativo: 800€

Testemunhos

Foi a viagem da minha vida. Uma experiência crua de contacto com a natureza e paisagens deslumbrantes. Quando nos vemos perante a imensidão da montanha e despojados de tudo, nada podemos fazer senão render-nos à força extraordinária da natureza.
Joana S.
Cada cume ultrapassado traduz-se numa imensa sensação de prazer, felicidade e até liberdade. Não há como ficar indiferente às Tien Shan. O cansaço e o desconforto tornam-se irrelevantes. Recomendaria esta viagem a quem gosta de se pôr à prova.
Teresa M.
As Tien Shan são um tesouro bem guardado das multidões - um dos trekkings mais bonitos que já tive oportunidade de fazer. A paisagem é deslumbrante. Nas cidades, sente-se uma atmosfera tranquilas e a simpatia das pessoas. Um país a voltar.
Inês D.