Viaja devagar, para conhecer as pessoas e as suas histórias

Foi um Erasmus em Itália que a fez iniciar a fusão do seu percurso académico com a viagem. Das artes plásticas seguiu para a comunicação digital, mas a sede pelo conhecimento levou-a depois aos estudos de desenvolvimento e a um doutoramento em estudos africanos.

Viveu quatro anos em Londres e um ano em Padang Pajang, na ilha de Sumatra, Indonésia, onde aprendeu a técnica de Batik e Bahasa Indonésia, a língua oficial do país. Envolveu-se em vários projetos de voluntariado de longa duração, um deles em Timor-Leste e outro no Gana e trabalhou para uma ONG em Moçambique.

Após uma longa viagem por várias ilhas da Indonésia - Sumatra, Bali, Java, Sulawesi, Flores e Lomboko -  decidiu regressar a casa, Padang Pajang, por meios terrestres ou marítimos. O resultado foram 3.272 km em seis dias e cinco noites de viagem, utilizando cinco ferries, quatro autocarros, uma boleia de carro e uma boleia de mota, sem tomar banho, sem mudar de roupa e quase sem dormir. Este percurso significou uma viagem pelo Islão, pelo Ateísmo, pelo Hinduísmo, pelo Budismo. Pelos mercados urbanos, pelas vilas rurais, pela agitação da cidade, pela calma dos campos de arroz, e ao longo dos diferentes ambientes familiares encontrados nos ferries. Recorda esta experiência uma das mais marcantes da sua vida de viajante.

Anseia percorrer os principais mercados urbanos e rurais de vários países nos diferentes continentes, para obter um registo das tradições, culturas, pessoas e histórias ligadas aos mercados e à comida.